Um grupo formado por mães, alunos e professores
convidou o deputado Wilson Santos (PSDB) e o secretário de Educação, Marco
Marrafon, para discutir formas de finalizar a greve dos professores e
funcionários da rede estadual, que estão paralisados desde o dia 31 de maio. A
reunião do “Aulas Já”, aconteceu nesta quinta-feira (14), no bairro Ipase, em
Várzea Grande.
O “Aulas Já” possui representantes das escolas
estaduais Elmaz Gattas, Irene Gomes de Campos, Dom Bosco e Ensino Especial Luz
do Saber, todas localizadas em Várzea Grande.
“Queremos o final dessa greve. Não aceito vinte
alunos fechar uma escola que tem mil estudantes. Por isso marcamos essa reunião
hoje, para pedir ajuda para o deputado e o secretário, pois não está certo
essas crianças ficarem todo esse tempo sem aula”, disse Reni.
Reni Camiloti Junqueira, mãe da Mariana Camiloti
Junqueira, aluna da Escola Estadual Elmaz Gattas Monteiro, em Várzea Grande,
afirmou que Mato Grosso passa por um momento crítico, devido a greve dos
profissionais da Educação. E para que isso chegue ao fim, conforme Reni, é
necessário que os pais dos estudantes se unam, em forma de manifestação.
Durante o encontro, o deputado Wilson Santos
destacou que o governo do Estado reconhece a greve dos profissionais,
entretanto os professores deveriam encontrar outras maneiras de protestar.
“A escola da minha filha foi a primeira a ser
ocupada, isso já tem 50 dias. O que vai ser do futuro desses alunos? Cada um
tem que brigar pelos seus direitos, tudo bem, mas tem que ver que os alunos não
podem perder o ano letivo. Eu e outras mães estamos preocupadas com essa
situação”, completou. “Queremos aula, é muito tempo sem estudar. A gente vai na
escola e ninguém explica nada. As pessoas que invadiram falam só o ponto de
vista deles, mas o nosso grupo sabe que não é verdade”, destaca Mariana.
“Se havia uma pauta colocada há 40 dias,
praticamente todas elas foram atendidas. Fizemos as concessões que foram
demandadas, mas uma negociação pressupõe mão dupla”, pontuou.
“O governo reconhece a greve, mas tudo tem um
limite. Estamos passando por uma crise. Das 32 categorias, 30 já voltaram ao
trabalho, só as categorias da Educação insistem. Os professores precisam
arrumar outra forma de protestar, o Enem é daqui uns dias, isso não é justo com
os alunos”, salientou o parlamentar. A reunião contou também com a presença do
secretário de Educação, Marco Marrafon, que afirmou que a classe foi atendida
no que possível e por isso já não há motivos para a continuação da greve.
Marrafon lembrou que os servidores da Educação receberam o aumento de 7% na
folha de maio, conforme prevê a Lei Complementar 510/2013. Já em relação a
Reposição Geral Anual (RGA), um dos itens reivindicados pelo sindicato, foi
garantido o pagamento de 7,53%.
“Estou bem satisfeita, hoje esclareceram muitas
dúvidas que eu tinha, achei ótimo. Acredito que com esse movimento a gente
consiga chegar em um consenso e os alunos possam voltar ás aulas”, declarou
Maria Garcia, avó de uma aluna da escola Elmaz Gattas.
“Só isso totaliza uma garantia de melhoria na
remuneração de 14,53%, sendo que a demanda maior é de 18,28%”, explicou
Marrafon, que também respondeu questões envolvendo Parcerias Público-Privadas
(PPPs).
O encontro contou com a participação de
aproximadamente 50 pessoas. Uma nova reunião, solicitada pelo grupo, deve
acontecer já na próxima semana.